Os pares caminham juntos.

O que parece ser oposição é complementar.

Tendemos a olhar para alguns sentimentos como positivos e outros como negativos.

Tendemos a achar que o mundo poderia ser construído com base apenas no Amor.

O Amor e o Ódio, a Inveja e a Gratidão caminham juntos num processo continuo e retroalimentar.

Vamos então trocar a palavra Ódio, tão assustadora, por Raiva.

Sem Raiva não há transformação. É preciso um tanto de frustração, de sensação de falta, de ideia de injustiça pra modificar o que é habitual.

Em algumas situações o medo da própria agressividade converte-se em um sintoma que fica a serviço da manutenção das coisas como estão.

Há tanto medo de que apareçam sentimentos primitivos (e incontroláveis) de ódio diante da frustração que as pulsões agressivas sadias não tem espaço para aparecer.

A vontade de crescer, a garra e o entusiasmo para conseguir lutar pelos desejos, direitos e  sonhos só existe se os medos se converterem em energia de transformação, é a nossa conhecida coragem que usa a raiva para construir, não para destruir.

No processo terapêutico aprendemos a colocar a raiva a serviço da construção, não da destruição.

É preciso ter coragem. Mudar não é fácil, ainda que seja para melhor.